Cotação : 3 estrelas
Poucas pessoas
são tão identificadas com o universo pop quanto Nelson Motta. Certa vez, Astrid
Fotenelle, Vdj de primeira hora da MTV, disse que logo que as conversações
sobre a instalação da emissora americana no Brasil foram iniciadas, o nome de
Nelsinho foi um dos primeiros a ser considerados.
De alguns anos
para cá, toda essa veia criativa do jornalista, produtor, compositor,
roteirista e apresentador de TV, vem sendo usada a serviço da literatura, tanto
a de não ficção, em que diga-se de passagem, tem sido muito bem sucedido,
quanto a ficcional, onde longe de produzir obras primas (e esse nem é o seu
objetivo) vem desempenhando um bom papel em títulos fiéis ao seu estilo jovem e
descontraído.
“Força
Estranha” é a primeira incursäo de Motta nas narrativas curtas. O espírito pop
citado no íncio se faz presente, desde a capa bem bolada , com chamadas
sensacionalistas dos contos ali contidos, permanecendo por todo o livro,
misturando propositadamente memórias, ficção e fragmentos de relatos. Certos
personagens são claramente alter egos do autor, outros, livremente inspirados
em amigos (como por exemplo o jornalista Eduardo Bueno, retratado quase que
fielmente no conto sobre a Copa da Argentina).
O saldo é
positivo, com destaque para as duas histórias que fecham o pequeno volume : uma
que estabelece um link entre personagens de diferentes contos e outro,
supostamente explicativo da construção do livro, e que presta uma bela
homenagem aos contadores de causos pelo Brasil afora.
Se não chega a
fazer frente às suas outras incursões na ficção, “Força Estranha” tem o mérito da leveza e da diversão tão
caras a seu autor. Literatura de entrenimento, sem culpa.
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