segunda-feira, 14 de maio de 2012

Um fenômeno da comunicação.

Cotação : 4 estrelas.


Os 45 anos de rádio esportivo e a liderança de 25 anos à frente da titularidade da narração da Rádio Globo do Rio fizeram de José Carlos Araújo um dos nomes mais importantes da história do veículo.

Á primeira vista, impressiona saber que Garotinho (o apelido foi alvo de disputas com Osmar Santos e o ex-governador do Rio, Anthony Matheus, embora esteja mais do que provado que Aráujo é o Garotinho original) com toda a jovialidade que transborda de sua figura e recheia suas transmissões, já vai completar 70 anos de idade. Para os amantes do futebol suas transmissões são quase indissociáveís  das grandes emoções esportivas de uma era pré pay per view.

Quantas vezes, ainda garoto, vibrei ao som dos 1220 da Globo, com ele no comando e Apolinho nos comentários ? O livro de Rodrigo Taves resgata tudo isso e, surpreendentemente, sem fugir às questões mais delicadas da trajetória do locutor, como a briga com Waldir Amaral, em 1977, quando saiu para montar a equipe da Rádio Nacional e ser o principal narrador da emissora; suas relações comerciais na dupla atividade de jornalista e publicitário, fator de eternas discussões principalmente no seio da imprensa esportiva; as divergências com o atual modelo estratégico da Rádio Globo que privilegia a operação em rede em detrimento de uma coloração local ao rádio (fator inclusive do grande crescimento da Rádio Tupi entre o público ouvinte do futebol carioca) e as eventuais encrencas na sua paralela carreira de funcionário público, que, embora concursado, era liberado de dar expediente nas repartições, fato criticado por muitos.

Enfim, polêmicas à parte, é inegável a importância de José Carlos no cenário radiofônico brasileiro, o que dá à iniciativa de Rodrigo Taves, desde já, o status de obra fundamental para aqueles que se interessam pelos nossos fenômenos de comunicação. Garotinho é um deles.