segunda-feira, 31 de outubro de 2011

André, Gordo e um grande momento do romance policial carioca.

Cotação : 5 Estrelas

À primeira vista, Flávio Carneiro, autor de “O campeonato” parece um sujeito tímido, que não tem muito a dizer. No debate da série “Prosa nas Livrarias”, em dezembro de 2009, em que dialogou sobre o romance policial com Luiz Alfredo Garcia Roza, criador do Delegado Espinosa, Flávio falou pouco, parecia mais um espectador que um palestrante. Qual não foi minha surpresa ao me deparar nas páginas de “O Campeonato”, com um autor eloqüente, de raro domínio narrativo e muito, muito engraçado! O romance já nos ganha de cara, ao fazer de André, o protagonista do livro, um detetive acidental, um voraz leitor de romances policiais, que para dar asas à sua delirante imaginação resolve fazer um curso de investigação por correspondência, e com a ajuda do amigo Gordo, também um leitor incurável, parte para o único caso lhe é atribuído: o desaparecimento de um jovem de 15 anos.
No decorrer da obra, as deliciosas referências literárias (uma delas, sobre Rubem Fonseca, justifica o título do livro), são o pano de fundo para as rocambolescas voltas da trama que nos guiam a um final imprevisível. E o que é melhor, sempre  com o sotaque carioca que também marca presença nas aventuras do supracitado Espinosa. Que venham mais histórias de André e Gordo, já que em “O Campeonato”, Flávio Carneiro levou o título, com louvor.

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