terça-feira, 12 de julho de 2011

Manual de otimismo.


 Cotação : *****

“Todo fim de ano traz uma crescente quantidade de informações que fortalece uma tese que defendo há muito tempo: há, no Brasil, um número muito maior de pessoas que se dedicam a melhorar a vida de seus concidadãos do que o punhado de gente que, em Brasília, trabalha em sentido contrário.”
O trecho acima, retirado da página 174 de “Histórias do Brasil Profundo”, ilustra de forma clara o objetivo primordial da obra : divulgar as inúmeras iniciativas desenvolvidas país afora, documentadas ao longo dos anos por Márcio Moreira Alves em sua antiga coluna no Globo, hoje ocupada por Merval Pereira.
Márcio, falecido em abril de 2009, cuja atuação política ficou marcada pelo famoso discurso proferido na Câmara dos Deputados em 68, utilizado como pretexto para o AI-5, nos dá o emocionado testemunho de quem fez do colunismo político uma trincheira permanente de combate aos males que assolam o país. Publicada de terça a sábado, o jornalista dedicava a última coluna da semana justamente para injetar essa dose de otimismo, destacando as boas ações de (alguns) governos e da sociedade civil organizada no intuito de apontar um caminho a ser seguido. Esses artigos são a base de “Histórias” e também gerariam ainda outros livros, como o sugestivamente intitulado “Sábados Azuis”.
Há ainda uma declaração de princípios que esclarece a posição de Márcio Moreira Alves em relação a aspectos formais do jornalismo moderno, como nesse exemplo, retirado da página 178 :
“Eu não invento nada. Só conto o que vejo. Até mesmo com os políticos me comporto assim. Acredito em tudo que eles me contam. Só que não publico. Ou, se o faço, dou nome aos bois.Essa história de passar informações anônimas adiante, creditando-as a “altas fontes do Planalto”, não é comigo.Altas fontes do Planalto são chafarizes nos jardins do segundo andar. As outras têm nome, telefone e número de sala.”
            Mas o que interessa e encanta nessas histórias do Brasil profundo, é mesmo a constatação de que um outro país é possível, independentemente de partidos e políticos, como salienta o próprio autor :
           
“Devagar, o povo vai construindo um Brasil diferente.”

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