quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um tostão de sua voz.

Cotação : ****

Em 1981, eu era um molecote de pouco mais de 6 anos e que se divertia  com os programas "Reapertura"(ainda que não entendesse a lógicas das piadas políticas e sacanas) e "Alegria 81". A Velha Surda, defendida com brio por Rony Rios; o faxineiro, inesquecível criação de Tutuca; os vários tipos e imitações do craque Geraldo Alves; Maria Tereza; Consuelo Leandro, etc. Mas, para mim, a grande atração mesmo era aquele "galã", de óculos enormes e roupas espalhafatosas, que sacava uma mandioca a cada abordagem às beldades do programa. Foi a minha primeira lembrança de Zé Bonitinho, a criação mais célebre do genial Jorge Loredo, ainda hoje um representante autêntico da fase áurea do humor televisivo.
O pequeno perfil publicado pela série Aplauso, escrito pelo jornalista Cláudio Fragata, resgata um pouco de sua longa e vitoriosa carreira. Em primeira pessoa, Loredo conta sem rodeios que boa parte de sua vida foi marcada por alguns dramas ocultos ao público pelo som das gargalhadas provocadas por seus personagens. O ator sofreu de Osteomelite  por mais de 30 anos, o que o levava à constantes internações (que duravam meses), o afastando do trabalho na TV e no escritório (Loredo sempre manteve uma carreira paralela de advogado). Também não teve pudores ao revelar o seu problema com o álcool, superado graças à ajuda dos AA.
Essa mini biografia joga um pouco de luz sobre um período fundamental na consolidação do humor em nossa TV: a passagem entre as décadas de 50 e 60, quando a TV Rio e (um pouco mais tarde) a TV Excelsior lançaram as bases de tudo que se faria no gênero pelos 30 anos seguintes. Jorge Loredo e seu Zé Bonitinho foram protagonistas dessa história.


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